segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Kubik no Porto

Quarta-feira dia 30 de Setembro estarei a tocar com o meu projecto Kubik no Teatro Rivoli no Porto no âmbito do espectáculo de dança/performance "Intermitências#2" do coreógrafo Joclécio Azevedo. Os leitores do blogue do Porto (e norte do país em geral) estão convidados. 
Para ouvir a minha música clicar aqui.

sábado, 26 de setembro de 2015

O olhar ameaçador de Goebbels

Não sei de que ano é a fotografia, mas certamente é anterior ao início da 2ª Guerra Mundial. Nela vemos, sentado, o feroz e temível nazi Joseph Goebbels, braço direito de Adolf Hitler. Goebbels era um fanático anti-semita, odiava de morte os judeus e foi um dos maiores responsáveis (houve outros) pelo Genocídio em massa dos judeus. 
Ora, o que esta fotografia tem de extraordinário é o olhar terrífico de Goebbels. Segundo consta, nesse momento em que estava a ser fotografado foi informado pelo seu colaborador que o fotógrafo era... judeu. Como reacção o dirigente nazi lançou este olhar de profundo desprezo, ameaça e ódio, qual cão raivoso pronto a atacar. No fundo, o seu rosto simboliza a campanha de ódio, terror e morte que os nazis lançaram contra o povo judeu.

A minha única inquietação é saber o que terá acontecido ao fotógrafo judeu após ter tirado esta espantosa - e medonha - fotografia.

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Movie Phone Call

E agora um pouco de história do cinema com imagens de telefonemas numa excelente montagem: 

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Uma selfie do inferno

Quem nunca tirou uma selfie? Recurso fotográfico perfeitamente banal nos dias de hoje. E já agora, quem acha que não é possível fazer um bom filme de terror em menos de dois minutos? Bom, esta curta metragem prova isso mesmo: em menos de dois minutos, os pêlos do espectador são eriçados com base nesta curtíssima sequência de uma jovem que tira selfies para o namorado. Algo de muito estranho e medonho acontece...
Para um melhor efeito, ver com o volume alto.
 

sábado, 19 de setembro de 2015

Diálogos e bateria

Lembram-se do filme "Uma Questão de Honra" (1992, Bob Reiner) no qual ficou famoso o diálogo final entre Tom Cruise e Jack Nicholson? A frase mais célebre seria a de Nicholson - "You Can't Handle the Truth!". Pois bem, um baterista brasileiro de nome Felipe Continentino resolveu fazer algo muito pouco provável: acompanhar o diálogo com ritmos de jazz. Cada palavra, cada expressão, cada entoação é acompanhada com os pratos e tambores do baterista. 

Simplesmente original e brilhante.

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Novo Woody

É um hábito sempre salutar: a cada Setembro, um novo filme de Woody Allen. Estreia "O Homem Irracional", a nova obra do realizador que volta a Nova Iorque para contar esta história de um professor de filosofia de meia idade e com crise existencial dividido entre o amor de duas mulheres.
 

terça-feira, 15 de setembro de 2015

Um disco com 30 anos que podia ter sido editado hoje

Um dos melhores discos pop de sempre acaba de cumprir 30 anos: "Seventh Dream of Teenage Heaven" dos Love and Rockets (ex-Bauhaus). Foi em 1985 que foi editado este grandioso disco. Um ano depois comprei o vinil e ouvi-o vezes e vezes sem conta, até captar cada som, cada ritmo, cada melodia. Fiquei viciado durante meses. Tão original que podia ter sido editado hoje sem perder um pingo de originalidade. Todos os temas deste álbum são pérolas musicais, mas este magnífico álbum fechava com absoluta chave de ouro com o tema "Saudade" (sim, em português). Um instrumental de rara beleza e evocação espiritual. 
 O resto do álbum pode escutá-lo no Youtube.

domingo, 13 de setembro de 2015

Wim Wenders fotógrafo

O realizador alemão Wim Wenders é também conhecido por ser fotógrafo. Um fotógrafo que privilegia a exploração das paisagens desertas da América (como no filme "Paris, Texas"). Eis o que o cineasta diz para explicar a sua visão da fotografia:

"I see myself as an interpreter, as a translator, a guardian of stories that places tell me. I think I had wide-open eyes for America, and ‘the American landscape’ in a general sense seemed extremely attractive to me, both as a photographer and filmmaker."





quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Trilogias

Há mais trilogias no cinema do que se pensa. Trilogias unidas por uma temática, uma estética, uma ideia narrativa. Eis algumas das mais célebres trilogias da história do cinema:

Trilogia das Cores de Krzysztof Kieslowski: Bleu | Blanc | Rouge 

Trilogia da Era Glacial de Michael Haneke: O Sétimo Continente | O Vídeo de Benny | 71 Fragmentos... 

Trilogia Alemã de Hans-Jürgen Syberberg: Ludwig | Karl May | Hitler 

Trilogia do Silêncio de Ingmar Bergman: Através de um Espelho | Luz de Inverno | O Silêncio 

Trilogia da Incomunicabilidade de Michelangelo Antonioni: A Aventura | A Noite | O Eclipse 

Trilogia da Alemanha Ocidental de Rainer Werner Fassbinder: Maria Braun | Lola | Veronika Voss

Trilogia Gangster de Rainer Werner Fassbinder: O Amor É Mais Frio Que A Morte | O Soldado Americano | Os Deuses da Peste 

Trilogia dos Apartamentos de Roman Polanski: Repulsa | O Bebé de Rosemary | O Inquilino

Trilogia de Hollywood de David Lynch: Estrada Perdida | Mulholland Drive | Inland Empire 

Trilogia da Vida de Pier Paolo Pasolini: Decameron | Os Contos de Canterbury | As Mil e Uma Noites

Trilogia das Fronteiras de Theodoros Angelopoulos: O Passo Suspenso da Cegonha | Um Olhar a Cada Dia | A Eternidade e Um Dia

Trilogia da Vida de Apu de Satyajit Ray: A Canção da Estrada | O Invencível | O Mundo de Apu 

Trilogia do Amor de Andrzej Zulawski: O Importante é Amar | A Mulher Pública | A Revolta do Amor 

Trilogia da Desvirtude de Luis Buñuel: Viridiana | O Anjo Exterminador | Simão do Deserto 

Trilogia Flamenca de Carlos Saura: Bodas de Sangue | Carmen | Amor Bruxo 

Trilogia da Injustiça Social de Pedro Costa: Ossos | No Quarto da Vanda | Juventude em Marcha 

Trilogia da Arte de Alain Resnais: Van Gogh | Gauguin | Guernica 

Trilogia da Memória de Alain Resnais: Hiroshima, Meu Amor | Ano Passado em Marienbad | Muriel ou o Tempo de um Retorno 

Trilogia Dr. Mabuse de Fritz Lang: Dr. Mabuse | O Testamento do Dr. Mabuse | Os Mil Olhos do Dr. Mabuse  

Trilogia da Guerra de Roberto Rossellini: Roma, Cidade Aberta | Paisà | Alemanha, Ano Zero 

Trilogia Qatsi de Godfrey Reggio: Koyaanisqatsi | Powaqqatsi | Naqoyqatsi  

Trilogia do Casamento de John Cassavetes: Faces | Assim Falou o Amor | Uma Mulher Sob Influência 

Trilogia da Depressão de Lars von Trier: Anticristo | Melancolia | Ninfomaníaca: Volume 1 & 2

Trilogia da Morte de Alejandro González Iñárritu: Amores Perros | 21 Gramas | Babel 

Trilogia O Padrinho de Francis Ford Coppola: Parte I | Parte II | Parte III 

Trilogia da Vingança de Chan-wook Park: Mr. Vingança | Oldboy | Lady Vingança 

Trilogia O Senhor dos Anéis de Peter Jackson: A Sociedade do Anel | As Duas Torres | O Retorno do Rei  

Trilogia dos Dólares de Sergio Leone: Por um Punhado de Dólares | Por uns Dólares a Mais | Três Homens em Conflito 

Trilogia Regresso ao Futuro de Robert Zemeckis: Parte I | Parte II | Parte III

terça-feira, 8 de setembro de 2015

Guy Maddin



É considerado o David Lynch canadiano e a comparação, apesar de compreensível, só peca por redundante. O realizador Guy Maddin é muito mais do que o "David Lynch" do Canadá. É também o Eisenstein, o Tim Burton, o Fritz Lang e o Dziga Vertov do Canadá. Tudo somado e espremido dá um cineasta profundamente original que transforma o cinema em qualquer coisa de novo. Mesmo se 90% da sua inspiração e referências estéticas estejam ancoradas no período do cinema... mudo.
Ou seja, Guy Maddin, que deixou o curso de economia para se dedicar à exploração das imagens, assimilou até ao tutano as coordenadas da vanguarda dos anos 20 e 30: o cinema expressionista alemão e o soviético.
Juntando a isto a imaginação visual delirante de Maddin, a provocação surreal de Salvador Dalí e o universo sinistro de Edgar Allan Poe, chegamos a um resultado artístico único.
É nas curtas-metragens que Guy Maddin revela toda a sua arte da manipulação da imagem, numa linguagem estética que bebe do passado mas aponta, claramente, para o futuro. Da sua relativa vasta produção, veja-se apenas esta incrível e multipremiada curta-metragem intitulada "The Heart of the World" do ano 2000.
Um filme mudo (paradoxal nos tempos de hoje fazer filmes mudos!) que em pouco mais de 5 minutos, o realizador homenageia a arte suprema do cinema mudo com uma surrealista história de dois irmãos que amam a mesma mulher responsável pela "saúde do coração do mundo".
O ritmo frenético da montagem, a composição plástica das imagens, o fulgor expressivo dos planos e a fabulosa música do compositor russo Georgy Sviridov, constituem elementos que fazem lembrar os áureos filmes de Eisenstein e Vertov.
Neste "The Heart of the World", em particular, com um acrescento de pitada de Fritz Lang (piscadela de olho à obra-prima "Metropolis"). Uma das mais originais curtas-metragens da última década (sugiro ouvir em volume elevado):

quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Arcade Fire em documentário

"The Reflektor Tapes" é um documentário sobre os Arcade Fire, uma das mais interessantes bandas pop-rock dos últimos anos. O filme é realizado por Kahlil Joseph. Vai estrear no final de Setembro nas salas. Uma boa notícia para os fãs da banda. 
Eis o trailer:

terça-feira, 1 de setembro de 2015

"Os Médicos da Morte"

Hoje assinalam-se 76 anos do início da Segunda Guerra Mundial. Este é um período da história contemporânea que me interessa bastante e há dias comprei um livro (comecei a ler) fascinante que aborda os chamados "Médicos da Morte" do regime nazi. 70 anos após do fim deste terrível acontecimento bélico, este livro é um impressionante documento de 816 páginas consagrado aos horrores da medicina nazi perpetrados durante os 12 anos de vigência do terceiro Reich de Hitler. Do contexto social e ideológico que permitiu corromper em absoluto o papel do médico, aos responsáveis no terreno pelos actos mais hediondos, esta é uma obra baseada em testemunhos de sobreviventes, confissões de médicos SS e em milhares de documentos que os nazis não conseguiram destruir antes da derrota final. 

Milhares de crianças, deficientes, homossexuais, ciganos, judeus e até alemães dissidentes, prisioneiros de uma ideologia que os renegava da própria condição humana, foram alvo de atrozes experiências médicas com o objectivo aniquilar as raças inferiores ou ajudar no esforço de guerra. Foi o apogeu da crueldade do Terceiro Reich, um delírio científico que choca e repugna. E que deve ser lido para nunca ser esquecido. Os médicos nazis tinham rédea solta para fazer as experiências que quisessem nos campos de concentração. Incineraram, castraram, congelaram, sufocaram homens, mulheres e crianças sem misericórdia. Retiravam órgãos e membros, transfundiam sangue de uns para outros em experiências macabras... este livro prova quão monstruoso pode ser o ser humano.

Um projecto de vanguarda



Tal como o nome sugere, "Avant Garde Project" é um projecto de divulgação da música vanguardista do século XX. Por música de vanguarda entende-se todas as formas e expressões estéticas que romperam convenções e inovaram nas linguagens musicais contemporâneas: electro-acústica, experimental, concreta, minimalismo, electrónica, free-style, etc.
A maior parte das gravações disponíveis não têm edições em CD, pelo que as obras musicais foram directamente convertidas de vinil para mp3. Os downloads são gratuitos e ilimitados. O grande contributo de "Avang Garde Project" é que permite conhecer e ter acesso a centenas de raras composições de vanguarda da música erudita contemporânea, de compositores conhecidos como Bruno Maderna, Stockhausen, John Cage, Luciano Berio, Mauricio Kagel, Toru Takemitsu, Harry Partch e muitos outros desconhecidos.
Um verdadeiro tesouro musical a descobrir. Link.