sexta-feira, 31 de julho de 2015

100 melhores filmes norte-americanos

 A BBC pediu a 62 críticos de cinema internacionais para escolherem os 100 melhores filmes norte-americanos de sempre. Listas são listas, sempre subjectivas e alvo de discussão. Como é habitual, "Citizen Kane" está em primeiro lugar, no entanto, a lista traz algumas surpresas como a inclusão dos dois primeiros filmes "O Padrinho" no top 10. 
Mas para ler a análise completa e verificar a lista dos 100 filmes, carregar aqui.

10. O Padrinho: Parte II (Francis Ford Coppola, 1974)
9. Casablanca (Michael Curtiz, 1942)
8. Psico (Alfred Hitchcock, 1960)
7. Serenata à Chuva (Stanley Donen e Gene Kelly, 1952)
6. Aurora (F. W. Murnau, 1927)
5. A Desaparecida (John Ford, 1956)
4. 2001 – Odisseia no Espaço (Stanley Kubrick, 1968)
3. Vertigo – A Mulher que Viveu Duas Vezes (Alfred Hitchcock, 1958)
2. O Padrinho (Francis Ford Coppola, 1972)
1. Citizen Kane – O Mundo a Seus Pés (Orson Welles, 1941)

terça-feira, 28 de julho de 2015

Documentário: a vez de Brando

E eis que um dos maiores actores de sempre de Hollywood tem direito a um documentário: Marlon Brando. E não é um documentário construído de forma convencional, com depoimentos e entrevistas. Ao longo da sua atribulada vida o actor de "O Padrinho" foi gravando os seus pensamentos no que resultou em mais de 300 horas de gravações. 
O que o realizador Stevan Riley fez foi um trabalho colossal de montagem para reduzir as 300 horas a apenas 1h45. Ou seja, durante todo o filme apenas ouvimos a voz do próprio Brando a falar de mil e uma coisas da sua vida pessoal e artística com imagens de aruivo. Com certeza um dispositivo narrativo original nos documentários modernos.
Chama-se "Listen to Me Marlon".

segunda-feira, 27 de julho de 2015

A modernidade segundo Tati


Numa entrevista à revista Time em 1958 - data da estreia do filme "O Meu Tio" (na imagem) -, o realizador Jacques Tati disse isto sobre o paradoxo da modernidade: 

"Vejam o que nos está a acontecer - esta especialização. A despersonalização está a tirar todo o significado humano à nossa vida quotidiana. Um homem costumava orgulhar-se da forma como conduzia. Agora um carro guia-se sozinho. Uma mãe costumava orgulhar-se dos seus bolos. Agora eles fazem-se sozinhos. Um rapaz costumava orgulhar-se das coisas que inventava para brincar. Agora está soterrado em brinquedos feitos em fábricas. É triste , não é?" 

Estávamos em 1958 e, nessa altura, a sociedade de consumo de cariz tecnológica era um fenómeno cada vez mais crescente e real. Porém, passados mais de 50 anos, Tati continua a ter (cada vez mais) razão na sua feroz crítica ao excesso de tecnologia e de automatização na vida contemporânea. O que ele criticava através do humor era, no fundo, as profundas mudanças de hábitos sociais dos anos 50 condicionados pela pretensa modernidade da mecanização da sociedade de consumo e de massas - desde o tráfego automóvel, o comércio, os hábitos sociais moldados pela tecnologia, a hiper-industrialização do emprego, os pequenos utensílios tecnológicos domésticos, a arquitectura modernista das casas e das grandes cidades, etc. Tudo isto condicionou o modelo de vida social contemporânea e dinâmica das relações humanas, as quais sempre foram mais genuínas e espontâneas na sociedade pré-tecnológica.

O que me suscita uma questão pertinente: à luz dos tempos modernos e da tecnologia digital avassaladora actual, que filme seria "O Meu Tio" - ou "Playtime" - se Jacques Tati o realizasse hoje?

sexta-feira, 24 de julho de 2015

Sobre os palhaços de Woody Allen

No site de cinema À Pala de Walsh existe uma rubrica intitulada "Na Presença dos Palhaços" - reflexão sobre cineastas e e autores do universo cómico do cinema. Fui convidado pelos autores do site e resolvi escrever sobre Woody Allen
Eis o link para ler.

quarta-feira, 22 de julho de 2015

Dalí e a sua musa

É preciso ler este texto para compreender a devoção que o pintor Salvador Dalí tinha pela sua musa e amante Gala. Só de uma mente delirante e criativa como a de Dalí para escrever isto:

"I name my wife: Gala, Galushka, Gradiva; Oliva, for the oval shape of her face and the colour of her skin; Oliveta, diminutive for Olive; and its delirious derivatives Oliueta, Oriueta, Buribeta, Buriueteta, Suliueta, Solibubuleta, Oliburibuleta, Ciueta, Liueta. I also call her Lionette, because when she gets angry she roars like the Metro-Goldwyn-Mayer lion"
Salvador Dali


segunda-feira, 20 de julho de 2015

A arte de Hanuka

Tomer Hanuka é um artista e ilustrador israelita que faz trabalhos gráficos para várias revistas e  organizações. Tem uma vertente do seu trabalho que aborda filmes, nomeadamente ilustrações a partir de filmes de Stanley Kubrick, Terrence Malick e Alfred Hitchcock.
Link para o site oficial.

sexta-feira, 17 de julho de 2015

A cabeça de Murnau

F.W. Murnau foi um dos maiores realizadores do cinema mudo e do Expressionismo Alemão. Morreu em 1931 com apenas 42 anos num trágico acidente de viação. O autor do mítico filme de terror "Nosferatu" (1922) está sepultado na Alemanha e nos anos 70 a sua campa foi alvo de vandalismo. Mas nada comparável com o que aconteceu agora: alguém se deu ao trabalho de desenterrar o caixão para... roubar a cabeça do realizador! Este crime macabro de profanação de cadáver está a ser investigado pelas autoridades, as quais ainda não conseguiram chegar a nenhuma conclusão sobre quem terá cometido este acto e porquê.

terça-feira, 14 de julho de 2015

Kalatozov

E de repente Mikhail Kalatozov tornou-se num dos meus cineastas preferidos. Pelo menos um dos cineastas russos preferidos. Isto porque depois de ter visto duas obras-primas - "Quando Passam as Cegonhas" (1957) e "Soy Cuba" (1964) vi o filme de permeio "Letter Never Sent" (1960). O estilo de realização de Kalatozov é único na forma como cria movimentos de câmara, ângulos e planos. A fotografia a preto e branco é sempre soberba e de uma intensidade tocante.

A história de "Letter Never Sent" que vi ontem resume-se a quatro exploradores geólogos (3 homens e uma mulher) que se aventuram na Sibéria à procura de diamantes. E o filme resulta numa apaixonante e tempestuosa relação entre os homens e as forças hostis da natureza, numa aventura de sobrevivência que vai ao limite da resistência humana. Kalatozov é prodigioso na forma como filma longos planos sequência no meio da natureza mais agreste, num trabalho de fotografia deveras deslumbrante. Veja-se esta magnífica sequência inicial do filme.
Um filme espantoso, portanto.

Trailer:

terça-feira, 7 de julho de 2015

Grandes filmes nunca concretizados

Segunda parte de um artigo meu sobre "Grandes Filmes Que Nunca Veremos" publicado no Repórter Sombra. Projectos cinematográficos de grandes realizadores que, por motivos vários, nunca foram concretizados (como este de David Lynch). Mais exemplos aqui.

sexta-feira, 3 de julho de 2015

"Grease" metálico

Lembram-se deste vídeo que publiquei no qual Mary Poppins cantava em registo de heavy metal? Bom, parece que a moda pegou e agora alguém resolveu trocar as voltas ao conhecido tema "You're The one That I Want" do musical "Grease" (1978) com John Travolta e Olivia Newton-John. Isto é, versão death metal do clássico (para que não se lembra está aqui).

O resultado é bem divertido (e musicalmente bem conseguido):

quarta-feira, 1 de julho de 2015

Brian Wilson e Nina Simone

Neste meu post sobre os filmes musicais recentes esqueci-me de referir dois importantes filmes que têm recebido os mais rasgados elogios: "Love & Mercy" de Bill Pohlad e "What Happened, Miss Simone?" de Liz Garbus.
O primeiro é um filme de ficção sobre Brian Wilson, o músico atormentado da célebre banda californiana Beach Boys, responsáveis por um dos mais aclamados álbuns pop de sempre "Pet Sounds" (1966) e por temas icónicos como "Surfin' USA" ou "Good Vibrations". O segundo título diz respeito a um documentário sobre Nina Simone (1933 - 2003), grande cantora soul/jazz/blues e activista dos direitos civis na comunidade negra dos Estados Unidos.

Trailer do filme sobre Brian Wilson
Trailer do documentário sobre Nina Simone