segunda-feira, 31 de outubro de 2011

O Halloween. Pois.

Hoje é o chamado Dia das Bruxas, ou Halloween, na versão original. No entanto, vou resistir à tentação de citar filmes de terror para ilustrar esta data. Às vezes as efemérides aborrecem-me. E celebrar o Halloween (sempre da mesma maneira, anos após ano) deve aborrecer até a própria família Addams.

O filme esquecido de Spielberg



Na semana em que estreia o novo filme de Steven Spielberg (e de Peter Jackson), li diversos artigos nas redes sociais e na imprensa escrita que abordavam a carreira de Spielberg e a sua filmografia. Todas as que li ignoraram a sua primeira obra, "Duel" (1971). Não sei porquê.

Para mim, este primeiro e fulgurante filme (hitchcockiano) de Spielberg arrisca-se a ser uma das suas obras mais singulares: plena de originalidade, de risco, de frescura e de ousadia formal. Elementos que nem sempre o realizador manteria ao longo do seu percurso.

O eterno filme menor e esquecido de Spielberg só porque foi feito quando o realizador mal tinha saído da Universidade e porque foi concebido, originalmente, para televisão? Não, é muito mais que isso, é um belíssimo exercício de cinema que Hitchcock himself não teria desdenhado.

Sobre "Duel" escrevi isto.

sábado, 29 de outubro de 2011

Caça-talentos?


Começou mais um programa televisivo sobre "caça talentos": "A Voz de Portugal" na RTP. Acho impressionante que estes programas continuem fascinar jovens aspirantes a cantores, que julgam que a vida artística e o talento se alcançam com uns efémeros minutos de fama de televisão.
O formato destes programas, salvo pequenos detalhes, é sempre idêntico e procura explorar a ingenuidade dos aspirantes a "cantores de multidões". A sociedade do espectáculo em que vivemos, que constrói heróis com a mesma facilidade com que os destrói, cultiva este tipo de epifenómenos à saciedade. Uma coisa é certa: a verdadeira arte e os verdadeiros artistas, aqueles que procuram a originalidade e a criatividade, nunca sairão de formatos televisivos empacotados e superficiais como estes.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Cine-olho

Eram melhores realizadores só com um olho do que muitos com os dois:

Nicholas Ray (1911 - 1979)

Raoul Walsh (1887 - 1980)

John Ford (1894 – 1973)

André de Toth (1913 - 2002)

Fritz Lang (1890 - 1976)

O cinema de "terror" de Tarkovski

Os Goblin, banda italiana de rock progressivo, ficou famosa por fazer a música de um filme de terror de Dario Argento - "Suspiria" (1977). Ora, alguém pegou nesta mesma música - que cria um clima de tensão - e a juntou a uma sequência de imagens de filmes de Andrei Tarkovski.

Claro que o realizador russo nunca fez nenhum filme de terror, mas é impressionante constatar que, basta fazer uma montagem e selecção habilidosa de imagens dos seus filmes e colocar-lhes por cima uma música arrepiante (neste caso, dos Goblin), para fazer crer os mais ingénuos que Tarkovski foi um grande cineasta de filmes de terror!

terça-feira, 25 de outubro de 2011

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Livros e leituras em The Simpsons

Os Simpsons são uma família disfuncional da classe média norte-americana capaz do melhor e do pior. Se Homer e Bart Simpson representam o total desvario de comportamentos sociais, já Marge e Lisa Simpson revelam mais equilíbrio e sanidade mental. Até porque Lisa Simpson, apesar da tenra idade, toca saxofone e gosta de ler (de ler!).

E ao longo de mais de 20 anos de existência da série, Lisa já leu muitos e bons (e menos bons) livros. É sobre este tema curioso em particular - o da leitura na série The Simpsons - que se dedica o site The Lisa Simpsons Book Club. Ou seja, todas as referências de leitura, livros e literatura (boa, razoável ou má) que Lisa Simpsons (e outros personagens da série) lêem durante os episódios.

Uma perspectiva interessante de olhar a série criada por Matt Groening, portanto.

"Begotten" - A experiência extrema

Este é um dos filmes mais malditos, bizarros e experimentais de sempre. Mas não foram estas características que impediram a escritora e ensaísta Susan Sontag de dizer que este filme é um dos "dez filmes mais importantes dos tempos modernos". Um objecto cinematográfico único, capaz de remeter "Eraserhead" de David Lynch para a secção "Familiar num Domingo à Tarde". "Begotten" (1991) é isto: uma mistura explosiva de horror, fantasia metafísica e surrealismo desvairado, pintalgada por uma estética visual extremamente densa e quase impenetrável (plasticamente é um preto e branco cheio de grão que levou 10 horas a tratar cada minuto de filme).

Um murro no estômago que - por não ter música nem diálogos - ainda se torna mais difícil o seu visionamento integral. "Begotten" está recheado de imagens de dor, sofrimento, mutilação, vómitos, sexo perverso, fantasmas, simbologia, ocultismo e sangue. Basta referir que a primeira sequência do filme representa Deus a estripar-se e esvaiar-se em sangue...
O filme lida fortemente com religião e com a história bíblica da Criação e de alguns mitos religiosos e pagãos. O realizador, E. Elias Merhige (mais conhecido por ter feito o filme "A Sombra do Vampiro"), referiu que a sua principal inspiração foi uma experiência de quase morte que ele vivenciou quando tinha 19 anos, após um acidente de carro. Essa vivência está estampada no filme, com uma rudeza artística rara, que não faz quaisquer concessões ao espectador.

Não espanta que o músico Marilyn Manson tenha contratado Elias Merhige para realizar três dos seus videoclips (pelo meio também realizou para os Interpol e os Danzig). Visionar "Begotten" é uma experiência exigente, dura, mas recompensadora. Ficamos com a firme crença de que acabámos de ver uma das obras mais "avantgarde" e experimentais de sempre e um dos filmes de culto mais bizarros da história do cinema:

sábado, 22 de outubro de 2011

Os artistas no filme de Allen

No brilhante filme de Woody Allen, "Midnight in Paris", surge uma autêntica galeria de figuras históricas que conviveram nos excitantes anos 20 do século XX em Paris. Houve muitos outros escritores, pintores e poetas que viviam na bela capital francesa naquela época (alguns portugueses, como Mário de Sá Carneiro), mas só esta lista de personalidades culturais (que Allen incluiu no seu filme) é suficiente para provar a intensa vida artística e de boémia dos "loucos anos 20":

- Zelda e F. Scott Fitzgerald
- Ernest Hemingway
- Salvador Dalí (na imagem)
- Gertrude Stein
- Cole Poter
- Josephine Baker
- Pablo Picasso
- Man Ray
- Luis Buñuel
- T.S. Eliot
- Henri Matisse
- Henri de Toulouse-Lautrec
- Paul Gauguin
- Edgar Degas
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Afinal de contas, tal como o protagonista do filme, quem não gostaria de ter vivido em Paris nesses anos e poder ter tido a experiência de contactar com algumas destas figuras geniais da história da arte?

Discos que mudam uma vida - 152

Pop Dell'Arte - "Free pop" (1987)

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Jack Torrance e o livro



No genial filme “The Shining” do genial Stanley Kubrick, a loucura apodera-se de Jack Torrance (Jack Nicholson) enquanto tenta arranjar inspiração para escrever o seu livro no isolado Overlook Hotel.

O estado mental de Torrance sofre alucinações progressivas e a espiral de violência psicológica adensa-se perigosamente junto do resto da família. Numa determinada sequência do filme, a mulher de Jack Torrance, Wendy (Shelley Duvall), descobre, horrorizada, que o marido tinha passado semanas a escrever, obsessivamente, a mesma frase na máquina de escrever: “All Work and no Play Makes Jack a Dull Boy” (tradução livre – “muito trabalho e pouco divertimento torna Jack um rapaz deprimido”). Começa nesta cena, aparentemente banal e inconsequente, a descida aos infernos encenada por Kubrick de forma absolutamente terrorífica. Jack Torrance escreveu dezenas de páginas com a mesma frase, apenas disposta na folha branca de formas geométricas diferentes, jogando com o efeito visual das palavras. O filme de Kubrick foi baseado no livro de Stephen King, e nesta obra do mestre do terror contemporâneo, a personagem de Jack Torrance nunca concluiu o livro.

Por isso, um jovem artista e escritor inglês, chamado Phil Buehler, fã de King e de Kubrick, resolveu assumir o papel de Jack Torrance e “escrever” o livro que o personagem do livro e do filme nunca editou. Ou seja, Phil Buehler escreveu um livro com 80 páginas inspirando-se no que Jack Torrance fazia no filme: apenas com a frase "All Work and No Play Makes Jack a Dull Boy", Buehler contruiu múltiplas formas visuais (geométricas, abstractas...), como se incarnasse o verdadeiro espírito atormentado de Torrance.

Neste link é possível ver as primeiras 15 páginas do livro (as páginas são visionadas carregando com o rato). Resumindo: um livro real de um escritor de ficção.

Clássicos do Cinema em BD para Pessoas com Pressa #31

Clicar na imagem para aumentar.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Em defesa da cinefilia



Consta-se que algumas pessoas pertencentes à nova geração de cinéfilos renegam a palavra… “cinefilia”. Que perdeu todo o seu significado e importância, dizem. Não sei como tal é possível. O cinéfilo é alguém que vive apaixonadamente o cinema, que o frui com prazer, que o descobre num incessante manifesto de afecto e dedicação. O cinéfilo é alguém que nutre devoção pelas imagens em movimento, pela câmara em movimento, pelas histórias em movimento, pelo olhar em movimento.

A cinefilia é esse exercício eternamente cúmplice entre ao real e o imaginário, entre a ficção e o sonho. A defesa da cinefilia é a defesa da grande história do cinema, dos seus heróis e vilões, dos seus carismáticos cineastas e invulgares actores, actrizes belas e filmes imortais.

Só os realizadores verdadeiramente cinéfilos amam o cinema e sabem o que é o cinema (Martin Scorsese que o diga). Só os espectadores verdadeiramente cinéfilos sabem porque é que amam sentar-se em frente ao ecrã (grande ou pequeno) para verem os mesmos filmes preferidos, uma e outra vez, como se fosse a primeira.

É como dizia João Bénard da Costa: “Uma coisa é dizer que se gosta de cinema, outra diferente, é afirmar que se ama o cinema”.

domingo, 16 de outubro de 2011

Pequeno Grande Filme

Revi a curta-metragem "The Heart of The World" de Guy Maddin e reforcei a ideia de que se trata de uma obra-prima do cinema, apesar da sua curta duração (6 minutos). Ou seja, os grandes filmes não se medem nos minutos.

O realizador Guy Maddin é muito mais do que o "David Lynch" do Canadá. É também o Eisenstein, o Tim Burton, o Fritz Lang e o Dziga Vertov do Canadá. Tudo somado e espremido dá um cineasta profundamente original que transforma o cinema em qualquer coisa de novo. Mesmo se 90% da sua inspiração e referências estéticas estejam ancoradas no período do cinema... mudo. Ou seja, Guy Maddin, que deixou o curso de economia para se dedicar à exploração das imagens, assimilou até ao tutano as coordenadas da vanguarda dos anos 20 e 30: o cinema expressionista alemão e o soviético. Juntando a isto a imaginação visual delirante de Maddin, a provocação surreal de Salvador Dalí e o universo sinistro de Edgar Allan Poe, chegamos a um resultado artístico único.

É nas curtas-metragens que Guy Maddin revela toda a sua arte da manipulação da imagem, numa linguagem estética que bebe do passado mas aponta, claramente, para o futuro. Da sua relativa vasta produção, "The Heart of the World" (2000) foi multipremiado. Um filme mudo (paradoxal nos tempos de hoje fazer filmes mudos!) que em pouco mais de 6 minutos, o realizador homenageia a arte suprema do cinema mudo com uma surrealista história de dois irmãos que amam a mesma mulher responsável pela "saúde do coração do mundo".
O ritmo frenético da montagem, a composição plástica das imagens, o fulgor expressivo dos planos e a fabulosa música do compositor russo Georgy Sviridov, constituem elementos que fazem lembrar os áureos filmes de Eisenstein e Vertov.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

A visão de Bergman


O realizador sueco Ingmar Bergman, para além de grande cineasta, era também um cidadão muito atento ao que o rodeava, com convicções sociais e políticas vincadas. Há muitos anos atrás, Ingmar Bergman escreveu o seguinte pensamento acerca do mundo e da política (parece que foi escrito em reacção às medidas de austeridade impostas ontem pelo e ao estado actual da política/sociedade em Portugal):

“Tenho uma forte sensação de que o nosso mundo está prestes a afundar-se. Os nossos sistemas políticos estão profundamente comprometidos e já não têm utilidade. Os nossos padrões de comportamento social revelaram-se um fracasso. A tragédia é que não podemos, nem queremos, nem temos força para mudar o rumo das coisas. Já é demasiado tarde para revoluções e, lá no fundo, já nem sequer acreditamos nos seus efeitos positivos. Ao virar da esquina temos um mundo de insectos à nossa espera e um dia ele vai abater-se sobre a nossa existência ultra-individualizada.”

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

"Cine-Olho"


Rob Spence é um realizador e produtor canadiano. Nunca fez nada de relevante no passado para ser reconhecido, mas pelos vistos, vai fazer. Rob Spence perdeu um olho quando tinha 13 anos devido a um disparo fortuito de uma arma de fogo. Teve de remover o olho ferido e colocar um de cristal. Agora tem 38 anos e tomou uma decisão que pode mudar a sua vida: reuniu uma equipa de engenheiros e médicos com o objectivo de elaborar uma prótese ocular que consiga incorporar uma mini-câmara. Essa mini-câmara, composta por um microship, vai ser capaz de filmar e transmitir tudo o que vê (qual "Terminator"!).

Com as imagens recolhidas por essa espécie de olho robótico (chama-lhe "Eyeborg"), Rob Spence realizou o primeiro documentário filmado com uma prótese ocular. O realizador quer, de igual modo, denunciar a fragilidade do direito à privacidade numa sociedade onde aumenta a vigilância global e tecnológica (imagino o que não fariam os serviços secretos de todo o mundo com um dispositivo como este para fins de espionagem internacional - e não só).

Uma vez escrevi sobre o artista cibernético Stelarc, que implantou uma orelha no braço com fins estético-tecnológicos. O caso do realizador canadiano, apesar de algumas semelhanças com o do Stelarc, tem contornos e fins distintos. O "olho-câmara de filmar" de Spence parece inaugurar uma era na qual o corpo humano se transforma, à custa da tecnologia, numa espécie de humanóide (ou cyborg). Nos anos 20 do século XX, o realizador de vanguarda russo Dziga Vertov inventou o conceito "Kino-Glaz", ou "Cine-Olho": a câmara funcionava como terceiro órgão ocular, instrumento que complementa o olho orgânico. Foi com a teoria do "Cine-Olho" que Vertov captou a realidade tal como ela era, filmando obras como "O Homem da Câmara de Filmar". Agora, Rob Spence, torna-se capaz de materializar, em termos absolutos e teóricos, o desejo do cineasta russo.
Ou seja, um dia veremos na sala de cinema um documentário filmado integralmente por um "olho".
Rob Spence tem um blogue.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

The Smiths - a edição definitiva


Eis uma edição especialíssima e acabada de ser editada a não perder pelos admiradores dos The Smiths: colecção especial limitada a 4000 cópias com o pomposo nome "The Smiths - Complete: SuperDeluxe Collector's Box".
Esta caixa contém os 8 álbuns da banda em CD e vinil; 25 singles da carreira, os "prints" das capas dos discos, um poster, um DVD com videoclips e concertos, etc. Tudo por um preço aproximado de 275 euros. Por enquanto apenas disponível na Amazon.
Sem dúvida uma preciosidade que fará as delícias dos fãs da banda do carismático Morrissey que tão influente foi na história da música pop dos anos 80.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Pintura russo-cinéfila

Não sei como será a qualidade geral das salas de cinema na Rússia. Mas tendo em conta estas imagens, os cartazes dos filmes (pintados à mão!) balançam entre o horroroso e o patético:
"Harry Potter"
"Avatar"

"Tree of Life"

"Transformers 2"

A diferença entre Filme e Fita


Confuso sobre a diferença entre o conceito de "filme" e de "fita"?
Nada como consultar o "Dicionário de Cinema Para Snobs" para esclarecer quaisquer dúvidas:

É uma Fita se for capa da Premiere.
É um Filme se for capa dos Cahiers du Cinéma.

É uma Fita se for a preto-e-branco por ser velho.
É um Filme se for a preto-e-branco por ser à Jim Jarmusch.

É uma Fita se aparecerem mamas e rabos.
É um Filme se aparecerem pénis.

É uma Fita quando o protagonista é atirado através de uma vitrina.
É um Filme quando o protagonista sente desejo sexual por rapazinhos, pela sua mãe ou pela sua irmã.

Quando Billy Cristal tem vontade de realizar, faz uma Fita.
Quando Clint Eastwood tem vontade de realizar, faz um Filme.

É um Filme se vem do subcontinente indiano, mesmo que os habitantes do subcontinente indiano pensem que é uma Fita.

Bruce Willis, um tipo das Fitas, ganhou credibilidade nos Filmes ao entrar em Pulp Fiction.
Steve Buscemi, um tipo dos Filmes, ganhou credibilidade nas Fitas ao entrar em Armageddon.

Tom Waits nunca irá aparecer numa Fita.
Tom Hanks nunca irá aparecer num Filme.

Os irmãos Coen são realizadores fãs de Fitas que fazem Filmes .

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

O ódio no meio artístico

No filme “Midnight in Paris” de Woody Allen, surge o escritor Ernest Hemingway (ainda jovem) à conversa com Gil. Este diz-lhe que também é escritor e que gostaria que Hemingway lesse o seu último livro para saber o que achava.
Resposta concludente de Hemingway:
- “Não leio e odeio”
- “Mas como pode odiar se nem sequer leu o livro?” pergunta, surpreendido, Gil.
Ao que o escritor norte-americano explicou: “Se ler e não gostar, odeio; se ler e achar que é bom, odeio”.
Este é o sentimento que grassa, muitas das vezes, na comunidade (real) de artistas: escritores, músicos, realizadores, artistas plásticos que desprezam a criatividade dos criadores do mesmo ramo com base em invejas, disputas mesquinhas, sobranceria intelectual. A capacidade de valorização do trabalho de outros criadores não é apanágio de todos. E a humildade é um verdadeiro dom que poucos grandes artistas possuem...

sábado, 8 de outubro de 2011

Filmes iguais?

É uma constatação muito interessante que o site Awesomenator coloca: o facto de existitem filmes muito semelhantes (quase iguais nalguns casos) ao nível da história e personagens.

Mais: os exemplos abordados dizem respeito a filmes realizados em anos consecutivos e, nalguns casos, no mesmo ano. O que leva os estúdios e produtores a avançar com filmes com tantas semelhanças temáticas num mesmo ano?

Veja as diferenças e tente saber as respostas.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Notas de Bresson #8

"A tua imaginação focará menos os acontecimentos do que os sentimentos, querendo sempre que estes sejam os mais documentais possíveis."

Robert Bresson

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Glass: amar ou odiar

Não é por acaso que no Youtube os dois primeiros comentários a este vídeo são antagónicos: “This is super cool!” vs. “The horror, the horror”. Nem podia ser de outra forma: o compositor americano Philip Glass divide paixões, entre o fervor fanático e o ódio avassalador. A sua música esteve ancorada na estética minimal repetitiva para depois evoluir em distintas ramificações estilísticas ao longo dos anos. O que este vídeo documenta é a fase criativa mais febril e estonteante de Glass. O Philip Glass Ensemble interpreta o trecho “Train Spaceship Part 2” da ópera-que-revolucionou-a-ópera “Einstein on The Beach”, escrita em 1976 com encenação de Robert Wilson.

Neste vídeo vemos um Philip Glass jovem e transbordante de energia a tocar órgão e a coordenar os restantes instrumentistas. Cabe dizer que se trata de 6 minutos de grande intensidade sonora, com flutuações melódicas, harmónicas e rítmicas subtis e hipnotizantes (era esse um dos efeitos da música repetitiva). O domínio do ritmo e das dinâmicas da composição de Glass é impactante, a forma como a voz se vai enquadrando na densa estrutura sonora é digna de nota. Existe uma ilusão de repetição, já que a cada sequência melódica Glass inflitra pequenas variações de molde a que surjam, paulatinamente, novos motivos de interesse musical, num processo quase caleidoscópico. É preciso abrir a mente para fruir esta descarga sonora de Glass. E já deu para perceber que, com estas palavras, me encontro do lado da barricada dos que dizem: “This is super cool!”.

Playtime #62

A solução: "Trafic" (1971) - Jacques Tati
Quem descobriu: Álvaro Martins

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Cinema e meio ambiente


Eis um livro que descobri há tempos na Fnac. Trata-se de uma edição brasileira sobre a relação entre o cinema e o meio ambiente. Por outras palavras, o autor, Richard Hugh Bente, reflecte acerca da convergência destas duas importantes áreas do conhecimento, numa abordagem dialéctica e de interacção que proporciona ao leitor uma leitura deveras estimulante.
Esta obra pode ser consultada e lida (na íntegra) aqui.

Kubik - Próximas actuações



Datas de apresentação do álbum "Psicotic Jazz Hall" ou do projecto "Movie Poster" de Kubik:

7 Outubro: FNAC Coimbra - 22h

14 Outubro: Universidade da Beira Interior (Covilhã)- 18h

28 Outubro: Carpediem Bar - Santo Tirso - 00h

5 Novembro: FNAC Viseu - 17h

10 Dezembro: FNAC Stª Catarina - 17h

10 Dezembro: FNAC Norteshopping - 22h

11 Dezembro: FNAC Gaiashopping - 17h


Todos os que vivem nestas cidades e arredores estão convidados.

domingo, 2 de outubro de 2011

As crianças e a televisão

Pode ler-se aqui mais em pormenor de que trata a curta-metragem "Evidence". O filme é do premiado realizador Godfrey Reggio, autor da fabulosa trilogia "Qatsi", já dissecada neste blogue.
Basicamente, "Evidence" aborda a reacção expressiva das crianças quando estão a ver televisão (e o subsequente fascínio que exerce sobre elas), neste caso, o filme "Dumbo". A música, como habitualmente nos filmes de Reggio, é de Philip Glass: