terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

A revolução na leitura de livros


Jeff Bezos, fundador e presidente da poderosa Amazon.com, com a ajuda do escritor Stephen King, apresentou há dias o novo e revolucionário (dizem os especialistas) leitor multimédia de livros, o Kindle 2. Para se perceber a importância desta apresentação, basta referir que estavam presentes mais de duzentos jornalistas de todo o mundo. O Kindle 2 tem a altura de um lápis, é mais fino que um iPhone, tem melhor resolução e pode armazenar uma biblioteca de 1.500 livros em formato electrónico (a livraria online Amazon.com disponibiliza 230 mil livros neste formato). O Kindle 2 permite ainda navegar na internet (fazer download directo dos livros), ver vídeos, fotografias e ouvir mp3. Vai estar à venda nos EUA a partir de 24 de Fevereiro a um preço de 359 dólares.
O primeiro Kindle vendeu uma soma de meio milhão de exemplares. As previsões é que este novo e moderno modelo venha suplantar o milhão de vendas e ser um autêntico fenómeno popular como aconteceu com o iPod. Todos os estudos e especialistas do mercado livreiro apontam este leitor (entre outros modelos concorrentes) como a próxima revolução no domínio da cultura digital. Vivemos mesmo tempos incertos para o formato livro tal como o conhecemos.

8 comentários:

::Andre:: disse...

Venha o que vier, chamem-me o que quiserem, mas não troco o papel por nada. Folhear as páginas, as pontas dobrados do uso, o cheiro quando é novo, sublinhar o que me apetece, livros emprestados, livros em segunda mão...

F disse...

Sublinhar, sim, sublinhar. Tê-los organizados, na estante. Andar à procura deles. Tê-los na mesa de cabeceira, os especiais. Tomar-lhes o peso, sentir-lhes o cheiro...
Mas certamente haverá lugar para estes, mais tecnológicos. Os de papel vão acabar por ser para quem os puder comprar. Um luxo.

José Magalhães disse...

estes gadgets vêm na linha de uma longa evolução, sob o signo da utilidade, que vem desde a revolução industrial, passa pela máquina de lavar roupa e frigorífico dos anos 50 até culminar na mais perfeita inutilidade já concebida.

Mas para que raio é que serve esta coisa do e-book? alguém me explica a vantagem de andar com 1500 livros no bolso? Eu que ando sempre com dois ou três comigo já acho um exagero, quanto mais 1500...
E se cair ao chão? lá se vai a biblioteca de alexandria...

Acho que é no mínimo ridículo pensar que os livros vão ser substituídos.

A única vantagem que concedo é a do formato digital, fácil de pesquisar e editar. Mas para isso já temos os computadores e portáteis normais.

Isso é banha da cobra de marketing para fazer dinheiro à custa alguns coleccionistas de gadgets. Isso é mesmo para gente que não lê, está visto.

F disse...

O Joe não deixa de ter alguma razão. Mas não nos esqueçamos que o papel, não tarda nada, vai ser racionado. Mais geração, menos geração.

Anónimo disse...

O papel já deveria estar a ser racionado da seguinte forma: proteger as florestas, reflorestar e reciclar de forma sistemática.

josé martins

Unknown disse...

Joe: "alguém me explica a vantagem de andar com 1500 livros no bolso?" É a mesma vantagem relativamente ao leitor de mp3. Quando eu andava com um walkman e uma cassete de 90 minutos já achava que era mais do que suficiente. Quando apareceram os leitores de mp3 com grande capacidade (i-Pod e afins) também me perguntava: qual a vantagem de andar com 1000 ou 1500 discos no bolso? E a verdade é que ando e não me dou mal com isso, apesar do paradoxo ser este: quanto mais quantidade de informação à disposição, menos se usufrui dela -pelo menos comigo é assim. O mercado dos e-books e deste Kindle 2 em particular, está agora no início e não haja dúvida de uma coisa: é um mercado claramente em expansão global, quer queiramos quer não. Durante ainda uns bons anos (10 a 15 anos segundo os estudos), o livro convencional vai conviver com o livro electrónico. Daqui a uma geração ou duas, o panorama vai ser bem diferente. Os nossos filhos e netos não vão querer saber de livros com folhas para nada, achando que são relíquias arqueológicas do passado face à irresistível sedução dos gadgets electrónicos (e digo isto com amargura, claro).

KIm PrIsu disse...

Eu gosto do cheiro do papel... sei que é preciso proteger as nossas florestas, mas podemos economizar nas embalagens, e ter um bom programa de plantação de novas árvores, eu recupero os livros todos, os que me oferecem, os que compro novos, os muitos que comprei em segunda mão, os que encontrei no lixo.... no gasto do papel é mais a multitude de publicidade que enche todos os dias a minha caixa do correio, que reciclo, na ultima obra que esteve na guarda na exposição do AR da GUARDA era construído com milhares de pequenos papeis riscados recuperados, penso que não são os livros que nos levam a desflorestação... e ter 1500 livros num a mão eu também só leio um de cada vez...isso pode ser bom para os livros escolares, e que assim a pasta da minha filhota ficava mais leve...
viva os livros de papel.

Filipe Machado disse...

Tenho de cheirar o papel ou então não leio mais nada!