sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Como compreender o cinema


"Um filme devia valer por si próprio. É absurdo se um cineasta precisar de dizer o que um filme significa por palavras. O mundo que está no filme é criado e as pessoas, às vezes, adoram entrar nesse mundo. Para elas, esse mundo é real. E, se as pessoas descobrirem certas coisas sobre como algo foi feito, ou como isto quer dizer isto ou aquilo quer dizer aquilo, da próxima vez que virem o filme estas coisas entram na experiência. E então o filme torna-se diferente. As pessoas, por vezes, dizem que têm dificuldade em compreender um filme, mas eu creio que compreendem muito mais do que têm consciência. Porque todos somos abençoados com a intuição - todos temos o dom de intuirmos coisas. É assim que compreendemos uma arte abstracta como a música, e é assim que compreendemos o cinema."
David Lynch, in "Em Busca do Grande Peixe"

4 comentários:

Álvaro Martins disse...

Victor, esse cinema de que falas é arte. Lynch, como muitos outros que necessitaria muito tempo e letras para os enunciar, são artistas no cinema, fazendo dela uma arte.
Lynch disse:
"As pessoas, por vezes, dizem que têm dificuldade em compreender um filme, mas eu creio que compreendem muito mais do que têm consciência."
Eu diria mais, as pessoas têm preguiça em tentar compreender um filme. Por isso se ouvem argumentações do género: era uma seca, era muito parado... pois, é mais fácil ver as grandes produções de Hollywood, ou em caso extremo(não tão extremo assim porque há muitos) os filmes do Van Damme(nem sei se é assim que se escreve), do Stallone ou Steven Seagal....
Enfim...como todas as artes, também aquele cinema que podemos considerar arte não é para toda a gente, tem um público específico.

Abraços

Roberto Simões disse...

É claro que um filme vale por si próprio, entende-se o que Lynch nos quer dizer. Defende a sua escola e alguns pontos serão certamente questionáveis. Mas dentro da sua escola, dizia, entende-se. Se o levássemos à letra e como verdade absoluta o que será que um Rohmer não teria a dizer :)

Cumps.

Roberto F. A. Simões
CINEROAD

::Andre:: disse...

Concordo com o Álvaro...

Ursdens disse...

Acho que é mais a diferença entre cinema narrativo e não narrativo. Ambos são arte, parece-me e eu prefiro o primeiro.

Cumprimentos cinéfilos! :)