sábado, 9 de agosto de 2008

Uma Diva intemporal


No dia 8 de Agosto de 1985 morria, na total solidão e indiferença, uma das maiores divas do cinema mudo: Louise Brooks. Teve uma carreira curta, de pouco mais de 10 anos e participou apenas em 24 filmes, quase todos filmes menores e esquecidos. Menos um, que foi o suficiente para lhe valer o reconhecimento mundial, elevando-a ao património do imaginário cinematográfico de sempre: "A Caixa de Pandora" (1928), do realizador alemão G.W. Pabst (que já tinha lançado Greta Garbo). Neste filme, Brooks irrompe na tela como um vulcão e interpreta Lulu, uma jovem radiante que é inconscientemente responsável pela ruína dos seus amantes e é vítima da exploração daqueles que se aproveitam de sua beleza e ingenuidade. A actriz empresta à personagem Lulu uma alta carga de erotismo. Um erotismo à flor da pele, insinuante, feito de gestos e olhares. O rosto e corpo de Brooks irradiam sensualidade, enlouquecendo os homens à volta (mais do que Marlene Dietrich fez em "O Anjo Azul" de Sternberg). A beleza expressiva e rara de Louise Brooks e o seu talento para interpretar essa mulher fatal, enigmática e ingénua, sagrou-a para sempre como uma figura de culto que perdura até aos nossos dias. Tal é o culto que existem inúmeras páginas na internet de devoção incondicional a esta actriz e mulher que, após o fim do período mudo, praticamente não voltaria a trabalhar no cinema. A título de exemplo, veja-se este site brasileiro.
Em Portugal não há edição em DVD do filme "A Caixa de Pandora", mas pode ser adquirido uma edição espanhola (a que eu tenho) mesmo aqui, por um preço muito convidativo.

1 comentário:

rff disse...

Não precisava de falar...Bastava estar...