terça-feira, 1 de abril de 2008

Dylan - um ícone indiferente


Estou interessado em ver o filme “I’m Not There” de Todd Haynes (sobre o percurso artístico de Bob Dylan) mas apenas como objecto cinematográfico. Gosto muito do realizador e das suas obras insurrectas – “Seguro” e “Veneno” (menos empolgante me pareceu o excessivo “Velvet Goldmine”), mas confesso que o nome de Dylan me deixa praticamente indiferente. Reconheço-lhe o papel importante na avolução da linguagem folk e pop dos anos 60 e 70, reconheço que foi um artista charneira do seu tempo, decididamente influente para várias gerações de músicos. Sei também que os seus poemas são estudados em universidades americanas. Mas há qualquer coisa na sua música que não me seduz. Pode ser a voz roufenha ou a vertente baladeira. Claro que considero o álbum “Blonde on Blonde” uma obra verdadeiramente ímpar.
Em relação ao filme, as críticas vão no sentido de que se trata de uma notável abordagem que faz jus ao imaginário artístico do songwriter americano, numa obra fragmentada com o bom desempenho dos actores que interpretam a figura de Dylan (dos quais se destaca Cate Blanchett). Mas nunca compraria um bilhete para ver “I’m Not There” com o mesmo entusiasmo com que o fiz para ver “Control”.

4 comentários:

Anónimo disse...

Roubando uma expressão cara ao crítico João Lisboa: vá ouvir o «highway 61 revisited» e não volte a pecar...
Esquecer, pelo menos, este disco, é apagar da história tudo (mas literalmente tudo)o que deu origem ao rock'n'roll moderno essencial.
Mais geniais só os Velvets, mas esses vieram depois...

Unknown disse...

Eh eh.
Prometo que vou adentrar-me nesse disco e depois talvez não volte a pecar.
VA

Unknown disse...

Ora viva, Victor.
Passei por aqui e não resisti a recomendar-te que vejas o filme do Haynes, mesmo que não aprecies Dylan. Pessoalmente, independentemente de algumas afinidades que tenho com a música trovadoresca do cantautor, acho que o produto-filme toca o universo de Dylan apenas ao de leve, como luminária para derivações interessantes que mostram inúmeras caras do espírito humano. Reduzir este filme a Dylan não é fazer-lhe justiça. Em todo o caso, não esperes o melhor filme de Haynes, porque creio que o não é.

Um abraço
António

Unknown disse...

António: como disse, tenho intenção de ver o filme mesmo não sendo apreciador de Dylan. Obrigado pelo contributo.
Abraço,
VA