segunda-feira, 17 de março de 2008

Jazz & blues na terra do Tio Sam


Em conversa com um produtor/agente musical americano que agencia músicos de blues em todo o mundo, Charles Burch, confidenciou que a pior e mais difícil área musical para trabalhar nos EUA é a área do jazz e, logo a seguir, a do blues. Não admira. Justificou dizendo que são géneros musicais que não são "rentáveis". Há bons festivais temáticos mas muito centralizados em escassas cidades americanas. Apesar da qualidade de muitos músicos que ainda praticam hoje a velha tradição do blues e do jazz, na generalidade do território norte-americano, faltam salas que queiram programar jazz e blues de forma continuada ao longo do ano. Para além disso, o interesse da comunicação social e do público em geral é diminuto (apesar de serem géneros musicais que fazem parte da história da América). Como não poderia deixar de ser, o pop e o rock são os géneros musicais que centralizam a atenção do público e dos media, e as restantes manifestações musicais (da electrónica à música experimental, do rock alternativo à erudita contemporânea ou à música do mundo) gravitam à volta desse universo, expostas em pequenos festivais, salas de concertos temáticas, eventos ligados às artes, etc.
No panorama português, há que referir que existem bons festivais de jazz e de blues espalhados por várias cidades (está ainda a decorrer um de blues no Teatro Municipal da Guarda). Por outro lado, há que saudar a comemoração do 60º aniversário do Hot Clube de Portugal, responsável máximo pela formação de jovens músicos e pela divulgação do melhor jazz mundial ao longo destas seis décadas de actividade (muito à conta do inestimável contributo e dedicação de Luís Vilas-Boas).

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