sábado, 9 de fevereiro de 2008

A série como paradigma televisivo de ficção


O Expresso traz uma interessante reportagem sobre as grandes séries que marcaram a história da televisão. Está lá tudo, das clássicas às contemporâneas: "5ª Dimensão", "Bonanza", "Missão Impossível", "Reviver o Passado em Brideshead", "Balada de Hill Street", "Twin Peaks", "Sete Palmos de Terra", etc. Acho estranho não haver referência às séries "MacGiver", "Night Rider" e "The A-Team". Seja como for, a televisão sofreu inúmeras evoluções desde o seu aparecimento até aos nossos dias. Evoluiu com os valores da sociedade e com as exigências do mercado do entretenimento. Os formatos da série desenvolveram-se até aos anos 80 (com a referência absoluta de "A Balada de Hill Street", emitida no período 1981 - 1987). Nos anos 90 houve uma reabilitação da série com a originalidade imprimida pela mente retorcida de David Lynch com a mítica "Twin Peaks". Mas "Twin Peaks" foi um caso único, que mudou o panorama e a configuração da série de ficção para sempre. Nos anos seguintes foi quase um deserto de ideias (tirando "Seinfeld" no registo de comédia) e o espectador foi perdendo o hábito de acompanhar as séries na televisão. Outras solicitações de entretenimento e lazer surgiram: televisão por cabo, videojogos e, finalmente, a internet. Só nos anos 00 é que a reabilitação das séries televisivas tomou novo e decisivo impulso. Novas ideias, novos conceitos de ficção, nova abordagem aos assuntos da vida real e mundana, seduziram a audiência: "Os Sopranos", "Sexo e a Cidade", "24", "Lost", "CSI", "Dr. House", e "Prison Break" foram séries absolutamente marcantes. Tanto é assim que houve críticos de cinema que admitiram que a ficção televisiva tinha suplantado, em qualidade e diversidade estética, o próprio cinema. As séries de televisão voltaram a ganhar um ritmo que captou novamente a atenção dos espectadores. E a isso deve-se, em grande parte, à ousadia de escrita dos guinistas de televisão: são os argumentistas que inovam verdadeiramente os conceitos televisivos; os actores e produtores dão o contributo para que o produto final seja de qualidade. Por isso não é de admirar que a actual greve dos argumentistas de Hollywood tenha causado tamanho burburinho e instabilidade profissional (há actores famosos no desemprego devido a essa greve).
Por agora, outra grande e ousada série inaugurou na televisão portuguesa (RTP2): "Dexter", emitda às quartas-feiras. É estar atento!

2 comentários:

meldevespas disse...

Claro que estive a ver o teu perfil, claro que para falares destas séries todas assim de como quem bebe um copo de vinho, só podias ser um cota just like me myself!
Tantas vezes tenho dito à minha filha Leonor, agora com 14 anos e super fan de séries televisivas, a onda de belíssimas séries que povoaram os anos 80, e antes disso, tantas vezes lhe falo da lufada de ar mais que fresco que foi Twin Peaks, numa altura em que a série como produto primeiro da televisão estava já numa cadência descendente.
E depois, escolheste uma imagem do Hill Street Blues, oh pá que maravilha!
"Be carefull on the street"

Unknown disse...

Sem dúvida.
Hill Street Blues faz parte do meu imaginário - e o genérico era fantástico: os carros de patrulha da polícia a sair da esquadra ao som da música inesquecível. E claro - Be carefull on the street"!